quinta-feira, 4 de março de 2010

É totalmente contra todos os meus pensamentos, contra todas as ordens que o meu coração manda ser desse jeito, estar desse jeito. Eu simplismente nao posso aceitar tao facilmente, acreditar, sobretudo, tao facilmente que tudo vai melhorar de um dia pro outro .. que tudo pode mudar, ou voltar a ser como era antes, uma vida perfeita .. perfeita até demais para acreditar que ela era realmente perfeita.. pois quem faz coisas tao lindas, fala coisas tao maravilhosas que eu, em apenas um gesto, conseguia ficar completamente encantada? Eu pensava que era tudo um conto de fadas, e ai de quem me dissesse o contrário .. mas ninguém tinha o que dizer. De uma hora pra outra, começaram a vir pessoas numa frequencia inacreditavel, dizendo ideias opostas a todas que existem na minha cabeça, todas elas sendo pessimistas e achando que nada poderia voltar a ser igual. Eu, que fui sempre uma menina que acreditava em tudo o que me diziam, pela primeira vez escutei realmente a vóz que falava mais alto, aquela que eu insistia em tapar os ouvidos .. mas será que essa voz realmente soube o que falar? será que ela nao me enganou denovo? pergunto. Mas do meu coração não, ele que sempre está ciente de todas as respostas, de todos os sentimentos , de todas os gestos e de todas as mancadas .. ele que mesmo que esteja magro, se recuperando... é uma fênix! Que por mais que morra, sempre vai recussitar. É assim que eu levo a minha vida, levo as minhas escolhas .. sem querer interferiçoes de como eu devo agir, como eu devo falar, por mais que seja errado. Deixa eu errar, deixa eu brincar de ser feliz ! Por mais que o meu coração esteja 101% dividido .. eu nao sou TAO impulsiva a ponto de trocar o certo pelo duvidoso ... basta apenas saber .. qual que é o certo e qual que é o duvidoso. Deixo que o tempo diga a trajetória, enquanto isso eu apenas quero continuar acreditando que pode dar certo... outra vez.


♪ Part of the list - Ne-yo ♪


Amo essa música....

FÊNIX



JORGE VERCILLO


Eu, prisioneiro meu

descobri no breu

uma constelação





Céus,conheci os céus

pelos olhos seus

Véu de contemplação





Deus,condenado eu fui

a forjar o amor

no aço do rancor

e a transpor as leis

mesquinhas dos mortais





Vou,entre a redenção

e o esplendor

de por você viver





Sim,

quis sair de mim

esquecer quem sou

e respirar por ti

e assim transpor as leis

mesquinhas dos mortais





Agoniza virgem Fênix (O amor)

entre cinzas, arco-íris e esplendor

por viver às juras de satisfazer

o ego mortal





Coisa pequenina,

centelha divina,

renasceu das cinzas





Onde foi ruína

pássaro ferido

hoje é paraíso



Luz da minha vida,

pedra de alquimia

Tudo o que eu queria

Renascer das cinzas





Quando o frio vem

nos aquecer o coração

Quando a noite faz nascer

a luz da escuridão

e a dor revela a mais

esplêndida emoção

O amor





Quando o frio vem

nos aquecer o coração

Quando a noite faz nascer

a luz da escuridão

e a dor revela a mais

esplêndida emoção

O amor


 
 
 
 
 

Meu coração tardou

Meu coração tardou







Meu coração tardou. Meu coração


Talvez se houvesse amor nunca tardasse;


Mas, visto que, se o houve, houve em vão,


Tanto faz que o amor houvesse ou não.


Tardou. Antes, de inútil, acabasse.






Meu coração postiço e contrafeito


Finge-se meu. Se o amor o houvesse tido,


Talvez, num rasgo natural de eleito,


Seu próprio ser do nada houvesse feito,


E a sua própria essência conseguido.






Mas não. Nunca nem eu nem coração


Fomos mais que um vestígio de passagem


Entre um anseio vão e um sonho vão.


Parceiros em prestidigitação,


Caímos ambos pelo alçapão.


Foi esta a nossa vida e a nossa viagem.






Fernando Pessoa

O Tempo Seca o Amor




O Tempo Seca o Amor












O tempo seca a beleza,


seca o amor, seca as palavras.


Deixa tudo solto, leve,


desunido para sempre


como as areias nas águas.






O tempo seca a saudade,


seca as lembranças e as lágrimas.


Deixa algum retrato, apenas,


vagando seco e vazio


como estas conchas das praias.






O tempo seca o desejo


e suas velhas batalhas.


Seca o frágil arabesco,


vestígio do musgo humano,


na densa turfa mortuária.






Esperarei pelo tempo


com suas conquistas áridas.


Esperarei que te seque,


não na terra, Amor-Perfeito,


num tempo depois das almas.






Cecília Meireles, in 'Retrato Natural'